terça-feira, agosto 16, 2005

Água neles

O atraso cultural e intelectual deste país é confrangedor.

Estou cá fora a saborear a noite fresca do Minho e, se não fosse dramático seria risível, projecto o meu olhar no horizonte tentando perscrutar algo na escuridão. No sopé da serra descortino, sem grande esforço, dois incêndios. Um pouco mais para a esquerda, a alguns quilómetros: pum, pum, pum, foguetes numa aldeia vizinha. Ao longe, na margem esquerda do vale do Lima, mais foguetes.

É este mesmo povo, que “bota” foguetes, que nos salta histericamente dos ecrãs para dentro das nossas casas, a clamar por nossa (deles) senhora de Fátima, após ter perdido uma vida inteira de trabalho nos incêndios.

No sábado passado, o JN noticiou que em Vila Real, após um acidente rodoviário que resultou no incêndio da viatura, e numa altura em que o ferido se encontrava já a ser socorrido por uma equipa do INEM, passou um helicóptero de combate a incêndios que lhes despejou 3500 litros de água, pensando tratar-se de um foco de incêndio.

Apelo, pois, aos pilotos desse tipo de aeronaves que, sempre que detectem o lançamento de foguetes, despejem o balde em cima do fogueteiro e respectivo arsenal.

ps. e o papel da padraria no meio disto tudo? Sabendo-se que utilizam as missas ao serviço de todo o tipo de campanhas, bem que poderiam tentar catequizar este povo.

2 comentários:

Eric Blair disse...

Ó pá, nessa altura era eu mais chabaleco, e ainda não ouvia dessas coisas, mas passados uns anos andei por aí.
Com que então Londres em 75-76, isso é que deve ter sido...

isabel mendes ferreira disse...

....:)