sábado, março 24, 2007

Aleluia, aleluia, a paz esteja nesta casa …*



Sempre gostei da Páscoa. A Páscoa na aldeia, bem entendido. A Páscoa nas aldeias do Alto Minho, para ser mais específico. A mesa posta, os verdes à entrada, o fogueteiro que chega antecipadamente perguntando quantos quer que bote?, a romaria de comensais que segue cambaleante – porque toldada – o cortejo liderado por transpirados pároco e mordomo, os Zé Pereiras que não entram mas a quem se servem umas boas malgas de verde tinto, os anfitriões alinhados à porta de casa preparados para lambuzar os pés do nosso senhor, prontamente limpos por um lencinho de linho finamente bordado.

Como desde puto sempre desconfiei das propriedades de esterilização do dito paninho, rapidamente tratei de me especializar no famoso ósculo na atmosfera.

Estava aqui a pensar que se por infortúnio a gripe das aves chegar agora pela Quaresma, o Compasso constituir-se-á como um indispensável veículo de transmissão da coisa.

Pensando melhor, a coisa disseminar-se-á de qualquer forma.

O hospital de S. João ocupa a quase totalidade de um enorme quarteirão. Só não é mesmo a totalidade, porque há uma esquina desse quarteirão que é ocupado por um centro comercial que para além de uma vasta zona de restauração tem uma ou duas loja de telemóveis, um banco e uma casa de cópias. Tudo à feição da zona onde se insere: o Pólo 2 da UP.

À hora do almoço a coisa enche e a zona do fast-food parece o santuário de Fátima no dia 13 de Maio. Depois há os outros restaurantes, onde me divirto a tentar adivinhar a proveniência dos docentes desconhecidos: os de fatinho e gravata e que acompanham a refeição com água ou sumo natural, são invariavelmente de economia; enquanto que os de indumentária mais descontraída, que falam mais alto e bebem cerveja ou vinho são das engenharias.

Já os médicos, bem os médicos são os mais evidentes, porque ridículos: vem com as suas batas brancas e há sempre um ou outro que não resiste a trazer o estetoscópio ao pescoço.

Bom, não garanto que ainda seja assim, porque como é evidente já deixei de frequentar essa placa de petri há muito tempo.

Por isso, velhinhas, lambuzem à vontade os pezinhos do nosso senhor, porque ao fazê-lo não estão a fazer mais do que seguir o exemplo da elite dos nossos profissionais de saúde.

* … , venha o envelope do dinheiro.

segunda-feira, março 19, 2007

Conversas da treta



Não obstante ser de fácil adivinhação que as alternativas temáticas passariam pelo relançamento do campeonato ou pelas peixeiradas dos inúteis do Caldas, interrogo-me acerca da pertinência da discussão no éter de mais uma proposta idiota do nerd do mendes.

sábado, março 17, 2007

Ah, ele então é isso?!



Só há uma coisa que ainda não percebi: os tais GOE estavam no Iraque para justificar a existência da embaixada, ou pelo contrário, a tal embaixada estava lá para justificar o envio dos GOE?

Já liguei ao marques mendes – que parece que é especialista no assunto – mas disseram-me que ele se deslocou este fim-de-semana a Newberry Springs, com o propósito de avaliar in loco se existem condições para a realização do próximo congresso extraordinário do pêpêdêpêéssedê.

sexta-feira, março 16, 2007

“Todo o burro come palha, é preciso é saber dar-lha”

Quando, há uns anos, apareceu praí uma coisa chamada “cerveja sem álcool”, eu – na altura assaz bebedor do produto original*, que é desde há seis séculos conhecida como uma bebida alcoólica produzida a partir da fermentação de cereais – de imediato desconfiei. Aquilo sempre me soube a água açucarada com mel, servida em garrafas de cerveja. Sempre me pareceu um perfeito disparate. Enfim, nada mais do que publicidade enganosa. Mas neste mundo sempre houve e sempre haverá quem goste de ser aldrabado.

Cerveja sem álcool, com sabor a pêssego?!!
Porra, há muito que já não há pachorra para anúncios imbecis a armar ao engraçadinho, mas ainda por cima a tentarem vender gato por lebre!! E a DECO, onde anda a DECO?

Bem, vou parar para ir ali comer um bacalhauzinho na brasa, com sabor a rojões à moda do Minho, acompanhado por um maduro tinto Alvarinho. Só espero é que hoje o sr. António tenha de entrada daquelas azeitonazinhas com sabor a brócolos, que acompanham muito bem com a broa tipo Avintes com sabor a queijo tipo serra da Nazaré. No fim lá terá que ser um pêssego com sabor a cerveja sem álcool; e, para rematar, um café com álcool e uma CR&F descafeinada.


* à data, bebia daquela que era “a única com 5 medalhas de ouro consecutivas”. Agora já deve ir praí com 453, ou mais.


quarta-feira, março 14, 2007

Abençoado wireless

“ … instrumentos de avaliação a utilizar no âmbito das unidades curriculares integradoras … ” zzzzzzzzz

“ … orientação tutória, blá blá blá … ” zzzzzzzzz

“ … momentos intercalares de avaliação … ” zzzzzzzzz



E estes gajos que teimam em baptizar de contínua uma avaliação que é absolutamente discreta!
Ai! ... eu quase morto no deserto e bolonha aqui tão perto.
Oops, espero que estes tipos não pensem que estou práqui a redigir a acta. É melhor fechar esta coisa.

Sempre à frente do seu tempo



Pastor alemão volta a sugerir canto gregoriano nas missas.

sábado, março 10, 2007

O candidato monovolume

"CDS corre o risco de voltar a ser o partido do táxi"
paulo portas em entrevista ao JN, 10 Mar 2007



Apertadinhos, ou no colo uns dos outros, cabem praí seis!

quarta-feira, março 07, 2007

O tempo é à boar!



Quilos de instrumentos de avaliação (olé, a mim a burlonha não me apanha desprevenido) para despachar, e a opção de ficar na toca para não ser incomodado. Decisão errada!

Bom, sempre fiquei a par das últimas que fazem mover o mundo “ … viu no Notícias aquela senhora que caiu à linha em Castelo Branco … ou Viana do Castelo, é pr’aqueles lados … ai, deixa-me ir prá cozinha qu’o tempo é àboar

Também fiquei a saber que: “a minha Rita foi de férias. Foi o namoro que le ofereceu. Já está afetiba. Eles gosto muito dela. Num é intriguista. Já a minha Bánia!... ai, deixa-me ir qu’o tempo é àboar

… o meu Bítor tá pró Algarbe. Ajuntou-se c’uma moça que parece que trabalha numa mobeliária, ou lá o que é. É assim que se diz? Inda m’aparec aí c’um neto … Ele tá no Témarchê … ai, deixa-me ir tratar da roupa qu’o tempo é àboar

Oubiu? Era a minha perna a estalar! Onte caí. Subi à casota do cão pra pôr a roupa a secar e dei um trambolhão. Só num chorei por vergonha… ai, deixa-me ir buscar o espirador qu’o tempo é àboar

… agora tou só com a minha Bánia. Mas a minha Bánia é uma morcona. Eu já le disse: ó Bánia, tu és uma morcona!

Ah, mas também há actualidade política: “…biu aquele impostor do paulo portas? Ele quer é taicho! Querem todos ... E o balentim, aicha que bai preso? … ai, deixa-me ir ber a sopa qu’o tempo é àboar

sexta-feira, março 02, 2007

Ai! … eu quase morto no deserto e Bolonha aqui tão perto



… e mais o outro que escreve que um mineral é um ser vivo inorgânico, e ainda o outro que pergunta se o triângulo equilátero é o que tem quatro lados