quarta-feira, novembro 23, 2005

Culpado

Valter Lemos decidiu que tinha o direito de meter todos no mesmo saco: doentes, “faltadores profissionais”, grávidas, grevistas, falsos doentes, e até aqueles que não deram uma única falta. Incluiu até quem deu a primeira falta do ano no dia 18 – fazendo greve e descontando um dia de salário – mas que ficou em casa trabalhando para a escola: corrigindo testes toda a manhã e preparando aulas durante a tarde.

Porque razão, então, acha ele que tem o direito a limpar o seu nome?

Pode até estar coberto de razão, mas eu não lhe dou o direito de ser ouvido por mim: já o condenei.

Mudei de emissora quando a voz dele apareceu na rádio e mudarei quando o vir na TV.

É culpado, faltoso, calão, preguiçoso, madraço, calaceiro, parasita. Não põe os pés no respectivo Ministério desde a tomada de posse, mete atestados médicos falsos e já foi corrido de vários empregos e de múltiplos cargos públicos.

Eu decidi que é assim e ele se quiser que me processe!

Sodomizou, está sodomizado!

O chefe da ICAR – b16 – decidiu que os homossexuais não podem ser ordenados sacerdotes. A medida não tem, no entanto, efeitos retroactivos; isto é: sobre os recto-activos.

Falta também esclarecer se ele apenas acha grave violar meninos e não meninas, ou se considera que os heterossexuais tem maior controlo sobre a pila do que os sodomitas.

Boa oportunidade para estar calado

Valter Lemos, Secretário d' Estado da Educação que no dia de greve dos professores veio a público chamar-lhes calões, foi, ele próprio, expulso da vereação da Câmara Municipal de Penamacor (para a qual tinha sido eleito pelo cds) por excesso de faltas.

sexta-feira, novembro 18, 2005

Pá, se precisares duma cunha para a escola do Louçã, avisa.

pires de lima apela à desobediência civil por parte de … imagine-se: os advogados!

Parece que estão reunidos em congresso e que a palavra de ordem é “a ética”. É verdade, aqueles que hoje dizem que é preto e amanhã que é branco, de acordo com quem lhes paga, estão preocupados com a ética.

quinta-feira, novembro 17, 2005

Ressabiados

Os endireitas não querem presidente nenhum. Aliás, ao contrário do que nos querem fazer crer, nem sequer têm um candidato. O que eles têm, e o que eles querem, é um candidato a primeiro-ministro sombra. Uma espécie de prémio de consolação por terem perdido as legislativas. Por isso mesmo falam em rever os poderes presidenciais.

Eles que fiquem lá com a fruteira e que sejam todos muito felizes.

quarta-feira, novembro 16, 2005

O homem bolo-rei

O candidato pé-de-gesso diz, a propósito de declarações de outro candidato, que “os eleitores devem tirar ilações dos comentários que cada candidato profere”. Concluímos, pois, acerca do vazio de ideias que constitui a sua própria candidatura, uma vez que ele se abstém de opinar acerca de seja o que for.

Já sabíamos que o pai do monstro “nunca se engana e raramente tem dúvidas”. O que só agora ficamos a saber é que ele se coloca acima de tudo e de todos, não se sentindo sequer no dever de gizar uma ideia que seja. Faz lembrar o João Soares quando já tinha a presidência da CML no papo e acabou por perdê-la para o cretino do Santana por meia dúzia de votos.

quarta-feira, novembro 02, 2005

O mundo está cheio de gente magra e triste

Diz o povo na sua imensa ignorância que bacalhau não é carne nem peixe, por isso pode ser acompanhado com branco ou tinto. Pois!... quando não se aprecia vinho todos os pretextos servem para se impingir branco. Já que a receita vem de Lafões, acompanho com um Duque de Viseu tinto, que o momento é de carestia.

Coloco uma panela de água a ferver, ligo o forno e vou abrir o tinto. Encontro um salpicão de Lamego e corto umas fatias finíssimas, para acompanhar com o tinto enquanto vou avançando nos trabalhos.

Para dentro de uma assadeira de barro vou cortando cebola às rodelas, muito alho e azeite a cobrir aquilo tudo.

Entretanto a água da panela já ferve e enfio lá dentro as postas de bacalhau. Espero um bocadito até que volte a ferver e retiro-as novamente e com cuidado, que o objectivo não era cozê-las, apenas fazê-las crescer um pouco. Mergulho-as em água fria e retiro a espinha: cada posta transforma-se em duas pequenas – porém altas – postas.

Paro para trincar umas rodelitas de salpicão e saborear um pouco de tinto antes de me preparar para a desagradável - e sacrílega cá em casa – operação seguinte, que consiste em cortar batatas aos cubos e dar-lhes uma ligeira fritura.

Enxugo cuidadosamente as postas de bacalhau com um pano e passo-as por farinha-triga, ovo e pão ralado, antes de as depositar na assadeira e a colocar no forno, que já se encontra bem quente.

Mais umas rodelitas de salpicão e mais um pouco de tinto. Vou espreitando a assadeira e quando – para aí ao fim de um quarto de hora – o azeite começa a ferver, rego o bacalhau com o dito cujo e aproveito para preencher os espaços vazios com as batatas que anteriormente alourei.

No total são para aí uns três quartos de hora de forno, durante os quais rego duas ou três vezes o bacalhau. No final enfeito cada posta com uma rodela de ovo que entretanto cozi, e disponho algumas azeitonas por cima das batatas.