quarta-feira, junho 29, 2005

Está aí alguém que me possa explicar?

Mas então a conferência episcopal portuguesa não é inteiramente constituída por pessoas do mesmo sexo e que utilizam a pila apenas para mijar?

Por acaso eu até acho que a Associação dos Professores de Matemática deveria organizar umas jornadas acerca do ensino da Língua Portuguesa. Também não sei do que é que a Federação Portuguesa de Futebol está à espera para emitir um documento acerca das novas regras do voleibol de praia. Já para não falar nas jornadas parlamentares do pêpêdêpêéssedê subordinadas ao tema: ”o papel das células de operários na construção da unicidade do PCP”.

Pois é, já está.

Ontem, na tsf, ouvia o João dos bancos a espumar contra a decisão do governo de descriminalizar os cheques carecas inferiores a 150 euros.

Findo o noticiário, entraram os anúncios. O primeiro dos quais era um daqueles – para os quais já não há pachorra – a tentar ser engraçadinho: um diálogo/entrevista entre um candidato a um empréstimo bancário e o respectivo banco. Após um infindável questionário, somos interrompidos por uma terceira voz que nos diz algo como “no banco tal e tal, não é preciso nada disto. Basta um telefonema e já está”.


ps. Pelo terceiro ano consecutivo aumentaram-me o “plafond” do cartão de crédito sem que eu o solicitasse. E, pelo terceiro ano consecutivo, tive que ligar para o banco, ordenando que repusessem o “plafond” anterior.

psr. Um dia destes também recebi uma carta dum banco onde tenho conta, oferecendo-me 6000 euros de empréstimo a uma taxa reduzida e para o fim que eu muito bem entendesse. Bastaria um telefonema.

terça-feira, junho 28, 2005

Serei eu um democrata?

Um gajo já não pode hibernar durante quatro dias no meio de pinheiros e castanheiros, com o rio Minho e as terras que finalmente já não são do iribarne no horizonte, que os barnabitas logo descambam.

Caros Rui e Daniel: logo à noite, como sempre às terças-feiras, vou jogar a bola com uma rapaziada amiga. Se aparecer por lá alguém com um stick, uns patins e uma bolinha, explico-lhe as regras básicas do futsal e convido-o a juntar-se a nós. Se ele insistir em jogar com os patins e o stick, enfio-lhe o dito cujo pelo cu acima e expulso-o a pontapé.

quinta-feira, junho 16, 2005

Perplexidades

Aqui no coreto onde toco começou a ser publicada uma newsletter relativa à actividade científica desenvolvida: acho bem.

A Comissão Redactorial é constituída por um elemento de cada departamento: acho bem.

Do meu departamento foi escolhida (ou seleccionada, ou convidada, desconheço o processo utilizado) uma pessoa que beneficiou de uma dispensa de serviço lectivo por um período de 3 anos para que se pudesse dedicar a tempo inteiro ao doutoramento. Esse período já findou há uns 3 ou 4 anos e, que eu tenha conhecimento, o doutoramento ainda não “saiu” e, ao que consta, não sairá nunca. Ao que também consta, e apesar desse tipo de dispensa estar dependente da assinatura de um rígido compromisso contratual, nenhuma retaliação foi a essa pessoa infligida: acho muitíssimo bem (é que acho mesmo).

Preocupante

O PÚBLICO on-line tem um daqueles inquéritos ridículos, onde pergunta se se concorda com a instalação de câmaras de vídeo-vigilância nas praias portuguesas. Ressalvando a pouca validade da amostra, não deixa todavia de ser preocupante e desolador que 72% dos votantes tenha respondido afirmativamente.

A Bandoma lá do sítio…

"Incidentes de Carcavelos só deram origem a uma queixa"

(in PÚBLICO, 16 Jun 2005)

De onde se conclui que os óculos de sol e os telemóveis dos veraneantes eram todos comprados na feira da ladra, por isso ninguém pôde apresentar queixa!

Filipe Vieira e Pinto da Costa ultimam contratações para o Sporting

"Bush e Putin debatem reformas para a ONU"

(in JN, 16 Jun 2005)

quarta-feira, junho 15, 2005

Serra da Freita – PR16 “caminhada exótica” (9km)

O percurso começa na aldeia do Merujal. 50min após sair do Porto já me encontro a caminhar na serra.

Saí do Merujal em direcção à estrada de alcatrão, sentido Albergaria das Cabras (agora “da Serra”!). Virei de imediato à esquerda no primeiro caminho de terra (tem placa).

Inicio uma caminhada descendente de 20 a 25 min, por entre pinheiros, castanheiros, carvalhos, freixos, araucárias e mato baixo. Na primeira possibilidade de virar à direita (tem placa) faço-o e começa a subida.

Esqueci-me da máquina fotográfica. E, já agora, dos binóculos.

Há duas aparentes possibilidades de virar à direita, mas são caminhos sem saída (“da direita nem bom vento nem bom casamento”). Só o faço à terceira, por um caminho florestal bem definido e começo a subir a encosta por um trajecto em zig-zag, bastante íngreme. Paro, pela primeira vez, para tomar estas notas.

Muitas borboletas em todo o percurso.

Continuo a subida íngreme até entroncar num caminho e voltar à direita. Este acompanha as curvas de nível, pelo que consigo, finalmente, alargar a passada. Estou agora numa cota elevada e com ampla vista sobre o vale. Logo adiante há um caminho à esquerda, mas opto por continuar em frente, até que regresso à estrada de alcatrão.

No alcatrão viro à esquerda, para voltar a sair de imediato, também à esquerda (tem placa).

As indicações que possuo apontam, sem margem para dúvida, para que vire à direita por um caminho entre muros. Ele lá está, mas perfeitamente impenetrável. Não sendo de apostas, e nunca tendo jogado a dinheiro, arrisco com grande margem de certeza que este caminho não é percorrido há já muito tempo, tendo em vista a quantidade de mato e a altura dos fetos que se riem desafiadoramente do meu metro e noventa. Aproveito para realçar o papel fundamental do bordão que comigo trouxe (que já me tinha sido muito útil nas partes íngremes da caminhada), e que me permitiu persistir e romper por entre tão denso matagal.

Não há dúvida de que o “caminho entre muros” é este mesmo, mas vejo-me forçado a abandonar o corta-mato e seguir por um caminho que me faz contornar um cabeço, pelo flanco contrário ao que seria suposto e, consequentemente, aumentar consideravelmente o percurso.

Após cerca de 30 min encontro-me no local onde o “caminho entre muros” entronca naquele que estou a percorrer, pelo que confirmo que retomei a rota correcta. Sigo, por entre bolas de granito, em direcção à estrada asfaltada, mas decido-me a acompanhar o curso de um pequeno ribeiro que segue, não em traçado mas em destino, paralelo à estrada, até que acaba por passar por baixo desta. Libelinhas por todo o lado. Continuo a seguir o ribeiro e deparo-me com um infindável rebanho de cabras e ovelhas que parecem brotar por detrás de cada arbusto, talude ou penedo.

Quando o ribeiro intercepta pela segunda vez a estrada de alcatrão, é altura de tomar a mesma, virando à esquerda. Poucos metros adiante, vira-se à direita num entroncamento que tem a indicação de Merujal.

Falta dizer que fui acompanhado, durante longo tempo, por um casal de aves de rapina e que observei dois exemplares de um pequeno passarito de peito inteiramente amarelo que se cortejavam mutuamente. Infelizmente os meus conhecimentos de ornitologia não me permitiram identificar nenhuma das duas espécies.

Resta acrescentar que o percurso pode ser feito, sem pressas, em menos de 3 horas; sendo que penso ter percorrido mais do que os previstos 9 km.

terça-feira, junho 14, 2005

E que tal se fosses abanar um pinheiro?

Instado a comentar o abaixo-assinado que corre na net, reivindicando a anulação ou redução do pagamento de portagens quando as auto-estradas estão em obras, um seu responsável, com nome de mafioso (franco caruso), disse “que não fazia o menor sentido, na medida em que o pagamento serve apenas como direito a usar a via e não como direito de andar rápido”

Mas o gajo é burro ou pensa que está a falar com a família dele?

segunda-feira, junho 13, 2005

Homenagens com carimbo

Independentemente de todas as considerações, eram pessoas com coluna vertebral.

Vasco Gonçalves – idealista (1922-2005)

Álvaro Cunhal – comunista (1913-2005)

quinta-feira, junho 09, 2005

É mandar a polícia de choque em cima desses arruaceiros!

"Industriais vão manifestar-se em Bruxelas"

(in JN, 9 Jun 2005)

Ó papá, porque é que…

…, se “reforma” e “subvenção vitalícia” são sinónimos, não se utiliza sempre o primeiro termo, para simplificar as coisas?

…, se ao fim de dez anos de funcionário do estado um trabalhador continua com contrato a termo certo, dizem que os funcionários públicos são uma classe privilegiada?

…, se se estima que cada vez que há mudança governamental as nomeações políticas (leia-se: “geração espontânea de lugares de chefia na função pública”) ascendem a 17.000, a culpa cai sempre no mexilhão que, de cá de baixo assiste à dança de cadeiras/sazonal redistribuição de tachos?

quarta-feira, junho 08, 2005

portas, o visionário.

Há que vender tudo o que é helicóptero e carro de combate a incêndios. A solução passa por juntar toda a guita e comprar a maior quantidade possível de submarinos; enfiar a população toda lá dentro, pegar fogo ao quintal e, quando não houver mais nada para arder, voltamos, vendemos os submarinos em 2ª mão/bom estado e vamos todos de férias prá República Dominicana - regime pulseira na mão/tudo incluído.

segunda-feira, junho 06, 2005

Serralves em festa … e a psp em delírio

Este fim-de-semana realizou-se a 2ª edição de “Serralves em Festa”
Foram 40 horas non-stop, com portas e portões abertos gratuitamente, para todo o tipo de público assistir e participar em todo o tipo de actividades culturais.

Tanto no sábado como no domingo os espaços exteriores e interiores estiveram cheios como um ovo.

A polícia “de segurança pública”, provavelmente achando que se tratava de um evento de alto risco, resolveu deslocar para o local, veículos e tropas de intervenção do tipo “bloody sunday”.

Era vê-los a rentabilizar a deslocação, respondendo ao apelo de produtividade do actual governo, a multar tudo quanto era automóvel mal estacionado, enquanto que os seus próprios veículos se encontravam mal estacionados, inclusivamente em cima de passadeiras.

ps. isto não é uma queixa pessoal, porque não tenho o hábito de estacionar mal, mesmo que tenha que andar 15 minutos a pé, como foi o caso no domingo.

sexta-feira, junho 03, 2005

Interrupção voluntária da democracia (2º acto)

Freitas do Amaral admite anulação do referendo à Constituição europeia.

http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1224816&idCanal=34

Frei Tomás

http://www.tsf.pt/online/portugal/interior.asp?id_artigo=TSF161788

Vamos lá ver se eu entendo a coisa:
O Sócrates acha que o único objectivo de estar vivo é juntar dinheiro pró funeral. Por isso passa a reforma dos 60 para os 65 anos. No entanto, acha perfeitamente normal que os políticos possam não só reformar-se antes dessa idade como ainda receber reforma enquanto ainda estão no activo.

O cretino do campos e cunha justifica-se dizendo que é um “direito legal e legítimo”. Era o que mais faltava que ainda por cima fosse uma coisa ilegal e ilegítima!
Nós estamos é a falar de ética, legitimidade moral, enfim uma série de conceitos que a ti nada te dizem; não é Frei Tomás?

quinta-feira, junho 02, 2005

Interrupção voluntária da democracia

Reino Unido prepara-se para anular referendo à Constituição europeia.

http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1224754&idCanal=16

Visionários

O cds-pp propôs a criação de um "dia mundial da criança por nascer"

http://jn.sapo.pt/2005/06/02/politica/cds_propoe_mais_apoio_a_vida_humana_.html

Nós aqui, nas Edições Pirata, que somos muito mais vanguardistas, propomos a criação do “dia mundial do óvulo ainda por fecundar”.

quarta-feira, junho 01, 2005

Viva a democracia

http://jn.sapo.pt/2005/06/01/politica/reforma_a_jardim_vencimento_a_dobrar.html

Reforma dá a Jardim vencimento a dobrar
(in JN, 1 Jun 2005)

alberto joão jardim está, a partir de hoje, oficialmente reformado. O presidente do Governo Regional da Madeira vai continuar a receber o ordenado correspondente ao cargo que desempenha, acrescido de uma reforma de mais de quatro mil euros.

Pelo menos durante mais três anos e meio, o tempo que ainda tem de mandato, Jardim vai receber a dobrar da Caixa Geral de Aposentações e do Governo Regional da Madeira. Eleito por oito vezes consecutivas, Jardim , na prática, vai receber a reforma por ter sido presidente e o ordenado por continuar a ser.

A reforma de Jardim foi tornada oficial, ontem, em Diário da República. O presidente do Governo Regional da Madeira faz parte da lista dos trabalhadores da Função Pública que pediu a aposentação. O líder do PSD/Madeira vai receber 4124 euros de pensão.

Ontem, a Assembleia Legislativa da Madeira aprovou um voto de protesto, apresentado pelo PSD/Madeira, contra as medidas de austeridade apresentadas por José Sócrates.

No documento, considera-se que tais medidas "implicarão o agravamento de vida dos portugueses". E recomenda-se ao Governo Regional que "persista na sua política sufragada em sucessivas eleições".

Tratado da desunião

NÃO!
Se mais razões não existissem, uma bastar-me-ia: porque é uma das raríssimas oportunidades que os trabalhadores – independentemente do quadrante político em que se movimentam – têm, para dizer não à política do facto consumado.

“Ora então, com licença” ou “Continuando, agora de outra forma”

Porque acabo de parir – por cesariana – 3 anos de dolorosa gravidez, sinto que tenho finalmente tempo para vir aqui incomodar-vos.

Incitei alguns companheiros a colaborar neste espaço de acção e intervenção. Conto que, a seu tempo, vão fazendo as suas aparições.

Então, até já …


ps. a posta anterior: “Adelaide”, apenas se pretendia assumir como uma experiência, mas visto que já me andaram por aqui a espreitar, vou deixá-la ficar como homenagem e primeiro registo.