domingo, fevereiro 26, 2006

Ai os taninos, os taninos

Estou para aqui deitado debaixo de uma laranjeira, com os olhos semi-cerrados, a ouvir a passarada e a tentar não pensar no quilitos que daqui vou levar a mais na próxima terça-feira.

Contra todas as previsões, que aliás pareciam confirmadas pelo temporal que se fez sentir durante toda a noite, a manhã apresentou-se fria mas radiosa, sem uma única nuvem no céu.

Após um frugal pequeno-almoço – constituído por um sumo espremido de algumas companheiras destas que agora ameaçam cair na minha cabeça, uma chávena de café com leite e uma torrada – peguei no saco que tem lugar cativo na mala do meu carro, equipei-me e parti pela veiga a caminho do regato da Silvareira.

É indescritível o prazer de correr por entre campos e vinhedos, com o ruído ocasional do vento e da passarada. Vi melros, piscos, pardais, uma pega e até uma ave de rapina que não identifiquei. Ouvi um chasco mas não o vi. Vi pinhas roías por esquilos mas não os vi.

Descansei junto a um carvalho, onde fiz alongamentos e cumprimentei o sol durante longos momentos.

Parti calmamente e, junto a um barranco que tinha sido fortemente escavado pela escorrência das águas, perscrutei até encontrar um pouco de volframite.

Quando regressei havia já burburinho por toda a casa. A melhor cozinheira do mundo preparava o melhor cozido à portuguesa que alguma vez provei. O mesmo cozido que, juntamente com a Tinta Roriz, a Touriga Franca, a Tinta Barroca e a Touriga Nacional atiraram comigo para aqui, onde utilizo as últimas forças para sarrabiscar estas linhas antes de fechar os olhos.

É este o meu Alto Minho. Aquele que eu tanto amo.

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Miserável

Não obstante ter passado há já algumas décadas a idade das observações comparativas nos balneários, o certo é que, e após mais um ciclo de 3 vitórias consecutivas por parte dos Unlimited Stº Ovídeo, a conversa descambou e fiquei a saber que num tal de “RTP Memória” tem passado recorrentemente vários programas apresentados pelo gajo da botilde.

Pensando bem, a informação não surpreende, mas salva-se daí o facto de constituir mais um argumento para cá em casa continuarem a existir apenas 4 canais (bem, na realidade são 3+1, que a tvi não conta. Bom, para ser rigoroso, são 1+2+1, porque o segundo é o mais concorrido).

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Não resisto…

… a denegrir.

Conheço bem a peça. Andou lá pela faculdade, mas era burro que nem um cepo*.
Dedicou-se, então, ao carreirismo e chegou a presidente (ou director ou lá o que é, que eu disso não percebo nada; aliás orgulho-me de ter formado um grupo anti-praxe. Bom, o gajo que manda mais) da federação académica do Porto. Daí até deputado da nação foi um tirinho.

O curso não o acabou (nem lá perto chegou), mas desconheço se entretanto o comprou num IMQ.

* basta olhar com atenção para a imagem anexa ao artigo do JN.

domingo, fevereiro 19, 2006

Se isto não é terrorismo, …


… é, no mínimo, fundamentalismo.

Desde as 8 horas desta manhã que os três maiores canais televisivos se ocupam num ininterrupto directo, e utilizando as suas maiores vedetas quer do entretenimento quer do jornalismo, com o objectivo de nos mostrar, a par e passo, a viagem de um caixão de Coimbra até Fátima, e que ainda por cima só vai ter início lá mais para a tarde.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Eu até tenho um primo que diz que já viu um …

… mas os portugueses não-condecorados não existem, pois não?

A empresa que fabrica as medalhas correspondentes às ordens de mérito de tudo e mais alguma coisa, e que tem vindo a ser freneticamente distribuídas pela Presidência da República, viu-se recentemente na contingência de ter que alargar os seus quadros, em face do enorme volume de encomendas*.

Sampaio tenta, desta forma, fazer um derradeiro e meritório esforço para contrariar a “tendência dos números” do desemprego. Sim, porque, pelos vistos, hoje em dia os números também adquiriram o direito a escolher uma tendência.

Agradecimentos:
Ao terceiro palestrante, cuja exposição entediante me permitiu sacar do Moleskine, sarrabiscar a presente posta e atirá-la para aqui durante o coffee-break.

* Ó amigo, olhe que isto é verídico.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Projecto 100x100


100 anos após o nascimento de Agostinho da Silva, a produtora Alfândega Filmes pretende exibir o documentário “Agostinho da Silva – um pensamento vivo” em 100 cidades em simultâneo.

A não perder, diz quem já viu (eu, por exemplo).

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Altos índices de produtividade.

Na ilha dos bananas um deputado do PS chamou a debate o recorrente tema do défice democrático, indo mesmo ao ponto de afirmar que nas terras do soba jardim os poderes político e judicial se misturam e confundem.

Como retaliação, a bancada do pêpêdêpêéssedê, pediu, formalmente, uma avaliação ao estado mental do dito deputado do PS.

Como forma de protesto por tão inusitado pedido, a totalidade da oposição (PS, CDS, CDU e BE) abandonou o hemiciclo. Foi então que o pêpêdêpêéssedê aproveitou para dar um exemplo prático daquilo que entende por exercício democrático, aprovando 19 projectos em menos de 15 minutos.

Falta apenas acrescentar que o deputado do pêpêdêpêéssedê que encabeçou o pedido de avaliação do colega de profissão dá pelo nome de Coito Pita. Talvez devesse pedir uma avaliação das faculdades mentais a quem lhe deu semelhante nome.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

OPA













“As Edições Pirata lançam uma OPA (assumidamente hostil) sobre o fígado de Belmiro de Azevedo, propondo-se comprar o dito por 453,19€”

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Ó pá

Alguém hoje lhes chamou os jogos florais do capitalismo; e eu até achei bem, mas como estava entretido a insultar um camelo que virou (à direita, pois claro, que é o que está na moda) sem dar o pisca, acabei por apenas repescar este balão que me ficou a palpitar na retina encefálica.
O quê? Ah, pois, ... é do maduro tinto do almoço, não liguem.
Quantos são, quantos são?
Ãh? Pois, os analistas dizem que o Governo pode apoiar a Sonae para evitar que a PT vá parar a mãos estrangeiras. Pois, eu até fui tirar sangue na quinta-feira passada e os analistas ainda não me disseram nada (se calhar o laboratório já caiu em mãos estrangeiras). O Belmiro até disse que prefere ser ele a negociar directamente com esses tais de estrangeiros, e até me parece bem.
Digo eu, não sei, isto é a gente a falar...
Ãh?! Já disse pá, foi do tinto.

domingo, fevereiro 05, 2006

Ninguém pára o Vale do Ave, olé.

Pá, por sugestão do Camarada Raimundo, procuramos sócios que estejam dispostos a avançar na exploração de um nicho de mercado: o da confecção simples e barata de bandeiras facilmente inflamáveis para exportar para países islâmicos. Aos camaradas lampiões, e atendendo ao actual altíssimo momento de forma da sua equipa, propomo-nos comprar bandeiras vermelhas e brancas que estejam lá para casa a ganhar pó, e que possam ser convertidas em bandeiras da Dinamarca.

Preço a combinar.

Sócrates, esse perigoso estalinista!

“Não sou de direita, sou de centro-esquerda. E Cavaco Silva também”

Vasco Graça Moura
in JN, 4 Fev 2006

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Não obstante ser ateu ...



... dou graças a deus por não ter nascido num país árabe. É que, por muito mal que o António tenha sido tratado por um considerável punhado de fundamentalistas da ICAR, que me lembre, ninguém o ameaçou de morte.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Pá, a inovação está apenas na substituição da contracção

Substituir a contracção da preposição “a” com o artigo definido “o”,
pela contracção da preposição “de” com o artigo definido “o”

ie: Onde se lê “ao” deverá, a partir de agora, ler-se “do”.