quinta-feira, outubro 26, 2006

Notícia de última hora: “Pedagogismo Possuiu Burlonhesa”

“… As técnicas de avaliação da aprendizagem serão 3: avaliação do domínio dos afectos, da atitude crítica; avaliação do domínio cognitivo e medição ou avaliação do domínio psicomotor.

A observação será directa e indirecta e terá 3 instrumentos: lista de ocorrências; escalas de classificação e fichas de observação.

A formulação de perguntas pode ter a forma oral: perguntas de bastidores, abertas, fechadas, de ricochete, de lançamento, de remate, por turnos; e escrita: exercícios de selecção, completamento, emparelhamento*, produção curta/longa
…”

O que acabam de ler – e desde já dou os meus parabéns a quem conseguiu chegar ao fim – é apenas um extracto do conteúdo de uma ficha de disciplina que, por ser considerada exemplar pelos iluminados cá da tasca, foi oficialmente divulgada com o intuito de servir de modelo àqueles que, como este humilde aprendiz de feiticeiro, vivem ainda no obscurantismo.

O pedagogismo é, definitivamente, uma ciência oculta e, como um dia me disse o meu Mestre: “o grande pânico dos pedagogos é que um dia alguém os venha a entender”.

Eles devem, de facto, viver em permanente sobressalto; e só isso explica estas consecutivas fugas para a frente. É uma técnica como outra qualquer: enquanto tentamos assimilar os novos paradigmas, logo nos atiram com outros, com o propósito de nos desactualizar, fazendo-nos correr em busca do prejuízo, mas, muitíssimo mais importante, e nisso há que conceder-lhes o reconhecimento da competência, no timing certo.

Passo a explicar: cada novo paradigama surge no imediato momento em que todos nos estamos a aperceber de que o actual é apenas mais uma fraude eufemistica.


* Gosto especialmente das de emparelhamento. (N. do T.)

quarta-feira, outubro 18, 2006

Entretanto…

… o palerma do rui rio – o mesmo que vai trazer a azeitisse do teatro de revista para o Porto – prepara-se novamente para brincar aos carrinhos. Só falta contratar o tabeira como arquitecto oficial da Câmara Municipal do Porto.

A coltura graça nesta çidade.

Os limites da estupidez humana

Uma iniciativa juntou não sei quantos milhões de pessoas que, em simultâneo, em mais de uma centena de países em todo o mundo empreenderam um protesto contra a fome no mundo.

Em Londres, alguns desses activistas comemoravam euforicamente o facto de terem conseguido estabelecer um número que lhes pemitia a entrada no Guinness Book of World Records.

domingo, outubro 15, 2006

Sugestão

daquilo que pode ser acrescentado à dieta diária dos funcionário públicos, em face do novo aumento para o subsídio de refeição (0,06€) proposto pelo governo.







ps.(r) o garfo não está incluído

“A crise acabou!”,

diz Manuel Pinho.

Pá, este gajo é brilhante!
Como é que ainda ninguém se tinha lembrado disso?!
Acabar com a crise por decreto! Brilhante!
É de facto reconfortante saber que estamos escudados por governantes de tão desmedida competência.

domingo, outubro 08, 2006

Faltou-te um bocadinho assim…

Sócrates afirma, e nisso há que reconhecer enorme evolução relativamente ao toneca gutierrez, que “o PS não é neutro relativamente à questão da despenalização da interrupção voluntária da gravidez”, e adianta mesmo “estarei na primeira linha da luta pelo Sim”.

Assim sendo, porque é que ele não resolve a coisa com a maioria absoluta de que dispõe?

Ah, pois, aquele argumento da questão da consciência pessoal de cada um. Pois, pois, bora lá então referendar a pena de morte.

sábado, outubro 07, 2006

Luta de Galos

O Presidente do Conselho de Reitores ficou muito ofendido pelo facto de o ministro não o ter consultado a propósito do MIT.

Qual ministro? Aquele que há uma semana defendeu a extinção do Conselho de Reitores?

sexta-feira, outubro 06, 2006

Aceito as novas regras

A diocese de Coimbra preparou um folheto contra a despenalização da interrupção voluntária da gravidez nas primeiras 10 semanas de gestação, no qual apresenta a fotografia de um ser humano vivo e com 6 meses de vida, que ainda por cima é filho de activistas do movimento que defende a posição contrária.

Agora que ficamos plenamente esclarecidos acerca das regras do jogo, apresentamos em primeira-mão, não uma mas duas fotografias de dois dos abortos vivos que pretendemos colocar no nosso folheto.













roubado: aqui

Ficas, então, avisada!

Quando, em visita oficial à Escola Secundária de Loulé, a provisória ministra da educação foi instada a comentar o protesto de pais e alunos à porta da referida escola; comentou que desconhecia o conteúdo das reivindicações.

Pois se ela optou por entrar pela porta das traseiras, como haveria de o conhecer?

A dita senhora ainda adiantou, indignada, que não tinha sido previamente informada de que iria haver protesto.

Vindo de alguém que corta e coze, faz e desfaz, tira e põe, sempre a seu bel-prazer e sempre sem o respectivo aviso prévio, não deixa de ser caricato. De qualquer das formas, esperemos que não faça jurisprudência em Portugal o facto de qualquer tipo de protesto passar a necessitar de aviso prévio!

domingo, outubro 01, 2006

fátima felgueiras Oxi-Action

Estou a ali a ver uma emigrante brasileira a queixar-se por não poder votar nas presidenciais da terra dela porque, segundo as suas próprias palavras: “enquanto que no Brasil eu era cadastrada, ao chegar a Portugal, deixei de o ser”.

Há melros no parlamento, uma crónica do cu e das calças.

Por mais do que uma vez tive que reprimir o impulso de me levantar e dirigir-me ao mister, com o propósito de lhe dar um abraço de solidariedade, tentando desta forma explicar-lhe como compreendo bem a hercúlea e ingrata tarefa que é a de conseguir que um miúdo de cinco anos distinga inequivocamente esquerda e direita.

Convicto de que a generalidade das pessoas assume que qualquer darwiniana adaptação é coisa para ser operada ao longo de milénios, poderia talvez contrapor com o melro; esse misterioso e assustadiço pássaro que no início da minha adolescência apenas conseguia vislumbrar por breves instantes quando passava aquelas intermináveis e inesquecíveis temporadas na Quinta da Passagem.

Não seria de esperar que ele ripostasse que melro é coisa que não falta actualmente na cidade, e que de assustadiço nada tem.

Nesta fase eu poderia, muito respeitosamente, explicar que estávamos, no fundo, a falar do mesmo. Que afinal estávamos de acordo, e que aqueles primeiros 30 minutos de treino me fizeram lembrar os últimos 30 anos de democracia.

Talvez ele finalmente compreendesse que aqueles miúdos, tal como os seus progenitores, apenas estão interessados em chutar a bola para a frente. Que já não faz falta avisar a malta, porque a malta, definitivamente, não quer ser avisada.

Pensando bem, talvez ele não compreendesse…