quarta-feira, junho 06, 2007

O Defesa Central



Recordo-me da forma como há mais de duas décadas fui travando conhecimento com aquela meia dúzia de operários culturais (representar era, para eles, um curto mas compensador intervalo nas árduas tarefas de construir, montar e pintar, e não me refiro apenas aos cenários, mas também e fundamentalmente aos edifícios em si) que tinham o desplante de anualmente montar uma inigualável representação cultural da Ibéria.

Com eles tive o privilégio de tomar algumas refeições e um sem número de copos.

Recordo ainda e com alguma nostalgia as longas e mágicas noites passadas naquela loja devoluta da Sampaio Bruno a transformá-la – à custa de bocados de cenários e de muita imaginação – na bilheteira oficial do festival.

O prazer de ali passar aquelas noites extravasava em muito a implícita contrapartida de ter acesso a assistir a tantas representações de outras tantas companhias quantas tivesse capacidade de consumir durante aquelas duas semanas.

Recordo o António Reis como quem recorda um daqueles defesas centrais de um qualquer Rio Ave, que desde os infantis até à altura da reforma nunca conheceu outro clube, capitaneando-o em sucessivas subidas e descidas de divisão; mais bafejado pela técnica da força do que propriamente pela força da técnica, mas fazendo por merecer de forma inquestionável o seu lugar mais por transpiração do que propriamente por inspiração.

3 comentários:

Bart Simpson disse...

Temos algo em comum: também eu colaborei alguns anos com o FITEI e recordo-me o muito gozo que me deu. Sobre o António Reis, acho-o um mau actor (esforçado, pouco mais) e pessoalmente abstenho-me de fazer comentários para não ferir susceptibilidades.

Eric Blair disse...

Mas é que estamos em absoluto acordo. Relê o que escrevi, inclusive nas entrelinhas.
Tem o mérito de ter posto aquilo em pé, fora isso é fugir dele.
Os copos a que me referi foram com outros.
Abraço.

Bart Simpson disse...

ok: a técnica da força...
é que quando vejo alguma refª ao senhor o meu cérebro pára, se é que me entendes. abençoados copos.
abraços.